O “desenvolvimento” prometido pela mineração não considera o real significado de desenvolvimento para comunidades como as que fazem parte do Projeto de Assentamento Agroextrativista (PAE) Lago Grande, em Santarém (PA). Para essas populações, o que é essencial é o envolvimento, uma relação que prioriza a conservação e a vida. O acúmulo de riquezas é direcionado para grandes empresários, enquanto sobra para as comunidades as consequências de uma atividade que só valoriza o lucro para poucos e com base na destruição. Que desenvolvimento é esse que apaga histórias, remove pessoas de suas casas e acaba com florestas, biodiversidade e nascentes?
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Arandu – E o nosso Bem Viver?
“Nós nos sentimos ameaçados pela perda de qualidade de vida… Antes de a mineradora chegar logo surgem as vendas de terras, gera conflitos entre famílias nas comunidades e muita violência, que é o primeiro que chega logo devido à ganância pela terra”, diz Rosenilce dos Santos Victor. Ela lembra que o suposto desenvolvimento prometido pelas mineradoras é direcionado para outros países e as comunidades ficam apenas com a violência e a destruição, inclusive sem poder mais realizar as atividades da agricultura familiar. A exploração minerária é incompatível com a vida das comunidades do Projeto de Assentamento Agroextrativista (PAE) Lago Grande, em Santarém.
Arandu – Desenvolvimento ou destruição?
“Este tipo de destruição, que leva as pessoas a pensarem que é algo fantástico porque vai trazer o desenvolvimento, é um desenvolvimento para um pequeno grupo de pessoas que têm grande interesse no lucro. É uma falsa ideia de modernidade, como a gente pode detectar já em outras regiões onde este processo de mineração tá bem avançado”. O padre Antônio Deuzin Leitão, da Comunidade de Curuai, alerta sobre os impactos que as mineradoras podem causar no Projeto de Assentamento Agroextrativista (PAE) Lago Grande, em Santarém (PA).
PAE Lago Grande – Mineração vai destruir nascentes
Mineradoras querem explorar 55% do Projeto de Assentamento Agroextrativista (PAE) Lago Grande, onde vivem 144 comunidades extrativistas, ribeirinhas e indígenas, em Santarém (PA). A região que concentra a bauxita é justamente a área onde estão as nascentes dos rios que irrigam o território do PAE. Portanto, se a mineração for autorizada, o impacto socioambiental será irreversível para os comunitários que vivem ali. “As áreas onde os agricultores familiares produzem ou coletam alimentos da floresta serão destruídas. As famílias serão automaticamente expulsas. Não vai precisar nem de arma para expulsar. Isso não é desenvolvimento para nós. Defender a floresta, os recursos naturais, viver bem, este é o NOSSO desenvolvimento!”, afirma Manoel Edivaldo Santos, “filho” da Comunidade Coroca e presidente do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Santarém (STTR-STM).
Arandu – Queremos o envolvimento dos povos
“Se perdermos o território, nós perdemos a vida. Porque o que nós queremos mesmo é o envolvimento dos povos da floresta, não o desenvolvimento. Porque aqui a gente tem tudo”. O jovem indígena Yan Sousa Tavares, da Comunidade Camará, no Projeto de Assentamento Agroextrativista (PAE) Lago Grande, em Santarém (PA), revela sua sabedoria ancestral neste 4º episódio da série de vídeos de 1 minuto Arandu.
Arandu – Nosso modo de vida é incompatível com a mineração
Quando a mineração entra em um território, o que interessa é o que elas querem explorar naquela área e… nada mais! Ou seja, as famílias, a biodiversidade, as plantações, as nascentes e rios e tudo que vive ali precisa sair. Um “progresso” que não considera as vidas que dependem daquela terra é um progresso para quem? Depois de retirados todos os recursos que as mineradoras precisam para enriquecer, o que sobrará? Essas empresas querem mais da metade do território (55%) do Projeto de Assentamento Agroextrativista (PAE) Lago Grande, em Santarém, para a exploração da bauxita. Sem nascentes e florestas, como as mais de 6 mil famílias viverão?
Arandu – Mineração ameaça águas do PAE Lago Grande
Valdino Nogueira, “filho” da Comunidade Bom Jardim, explica neste 2º episódio da série de vídeos de 1 minutos #Arandu que as águas e o modo de vida do PAE Lago Grande estão ameaçados pela mineração. “Miserável é quem já explorou todo o seu chão, ou deixou ser explorado, e hoje quer vir explorar o nosso aqui. No nosso chão aqui, ninguém passa sede, nem fome. Queremos ter a paz de viver no nosso chão”.
Arandu – PAE Lago Grande contra a mineração
Filha do Projeto de Assentamento Agroextrativista (PAE) Lago Grande, em Santarém (PA), Rosenilce dos Santos Victor, conhecida por todos como Nicinha, explica neste 1º episódio da série #Arandu de vídeos de 1 minutos que os assentados agroextrativistas insistem na defesa do Bem Viver, seu modo de vida tradicional, e da natureza. O território tem sido, cada vez mais, ameaçado pela ganância de mineradoras, madeireiras e grileiros.
Folder O que é o PAE Lago Grande
Este boletim traz informações sobre o direito à terra e ao território. Em especial, fala sobre o Projeto de Assentamento Agroextrativista da Gleba Lago Grande (PAE Lago Grande), que foi criado em 2005 em Santarém (PA). Até hoje as comunidades tradicionais da região enfrentam desafios para a titulação coletiva de suas terras. O texto aborda […]
Manifesto de Cuipiranga I Romaria do Bem Viver
No contexto da I Romaria do Bem Viver, que reuniu 1300 pessoas em Santarém (PA), manifesto defende o Projeto de Assentamento Agroextrativista da Gleba Lago Grande (PAE Lago Grande) como território livre da mineração. “A sociedade pela qual lutamos não é a capitalista, do consumo exagerado e da destruição da floresta. É a sociedade do […]