Em uma combinação de muita pesquisa, entrevistas e ilustrações, nasceu um livro. A publicação direciona o olhar para a realidade brasileira e lança a pergunta: quem precisa de justiça climática no Brasil? As reflexões apresentadas apontam para a necessidade de compreensão sobre o que a justiça climática realmente significa. Buscando pavimentar o caminho para essa conceituação a partir de perspectivas interseccionais, ouvimos algumas das vozes que protagonizam o tema no país para entender quais são suas cores, raças e etnias, seus caminhos de luta, percursos de vida e atuações, dentre outras perspectivas que, quando analisadas em conjunto, evidenciam as múltiplas realidades e injustiças vividas por essas pessoas.
Prefaciado por Marina Silva, as reflexões apresentadas nos ajudam a entender a crise climática como mais um eixo de opressão que, quando analisado à luz da interseccionalidade, revela que os impactos das mudanças do clima são ainda mais acentuados para mulheres negras, indígenas e quilombolas, de comunidades rurais, pesqueiras e marisqueiras, periféricas e moradoras de favelas. Elas são, portanto, o foco desta publicação. Fatores ambientais e climáticos reforçam desigualdades já existentes e criam abismos de extrema marginalização para mulheres que fazem parte dessas intersecções.